segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Doce Paranóia

Acordado? Sonhando? A perseguição de tal personalidade me deixa variado e a estranheza é que eu me aconchego nesse estado e relaxo. A tempestade é da cor dos seus olhos castanhos cor de mel, a neblina horas tem cheiro de cereja pós ondas de cerveja, navegar em um mar de ti vivendo as aventuras de pi nas viagens de meus toques ao lhe arrepiar, atravessar o céu da sua boca e ser astronauta da infinitude do seu universo pessoal, corporal, intimo, ser companheiro no calor do seu inferno pessoal e ter a oportunidade de ser o primeiro a assistir seu sorriso com silhueta daquelas redes em que descansamos e fazer dele meu apogeu.
Uma viagem falha outra tem inicio, uma perspectiva muda, no olhar se percebe que não se é considerado mais azar estar no tempo errado, o tempo tem a peculiaridade de ser único a cada pessoa e eu notei sua lentidão enquanto meu coração acelerava, na verdade na rodoviária dessa vida idas e voltas são inevitáveis mas tem quem escolha ficar e o banho de chuva pra quem quer estar não muda a rota...enquanto ela repetia oque meu consciente gritava "hoje tem nóiz, e isso é o suficiente" meu subconsciente decorava cada história de resistência em  seus traços faciais, cansaço corporal, nos aclives e declives de seus tons de voz ao se empolgar ao falar de algo e ao se revoltar, nas tatuagens espalhadas pelo seu corpo, nas cicatrizes, internas, externas e escondidas quando seus olhos ficavam mareados, no que a fazia sorrir...primeira vez que a lente da minha memoria fotográfica ter a oportunidade de retratar um universos tão vasto em uma tempestade que lindamente tem a cor de castanho cor de mel.
Faço um piseiro na chuva convido uma flor de asfalto pra me acompanhar e entre bebidas maltadas e destiladas vemos as nuvens darem licença para as estrelas assistirem se elevar ao cosmos nossos corações. Beijos, abraços, refrões...faço um improviso de rima de um improviso de noite que não foge ao plano principal, estar com você!
Em casa em segurança, desejo uma boa noite, e convido pra uma boa vida, aahhh, nunca fui bom com despedidas mesmo com pouco prazo de validade pra voltar a nos encontrar, hahaha, e a cada passo que dedico a rua vou pensando, e a cada passo a realidade está junto do sonho igual quando o mar beija o céu no horizonte ocular parecendo se misturar se tornando um só.
Acordo, seu sabor ficou em mim, sua essência, fecho os olhos e te vejo, acordo pra querer te ver, entendi uma coisa sem querer que posso lhe beber sem moderação, não tenho ressaca de você.

Caique Maciel Arruda

domingo, 23 de outubro de 2016

Pau de Galinheiro

Teóricos e teólogos! A ordem dos fatores não altera o resultado. Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Oque chamamos de Big Bang ou a Teologia? Entenda que conduzo de forma ordenada para que seja de fácil entendimento os fatos e de que nesse exato momento planto uma pergunta parasita em seu subconsciente para que se torture involuntariamente. Comparamos muito a liberdade com ter asas, algo figurativo para voo que pra nós simboliza a liberdade porem a obtenção de asas não lhe garante nada. Nos ensinam a observar aves nobres a desfilar, voar e a nos maravilharmos e maravilhar nossos filhos com suas falsas habilidades "únicas" implantando falsas esperanças nesta celebre vida que nos é retirada antes mesmo que pudesse dar um pio. Muito de nós perdemos a chance de ter a vida sem se quer saber que nascemos pra ter uma. Explorados, confinados, obra prima e mão de obra, produtores produtivos e produzidos na engorda tendo como único prazer fazer mais obra prima pra mão de obra, não percebemos, não reclamamos pois quem tem a ilusão de ser cuidado ama o cadeado da gaiola. Entre comedores de lixo e de caviar, livres, falsos libertos e adestrados, nossa classe se encaixa na mais ousada em não ousar. Quieta e inconclusiva segue a vida de quem não foi encorajada a cantar, tendo de sina a tristeza de ser só um prato na mesa ou um completo jantar. Repito, matéria prima e mão de obra! Filmes contraditórios mostram bípedes sem asas e sem penas a voar, com aerodinâmica estranha são tão insistentes que vão deixando registros de erros pra que quem um dia tente consiga realizar. E eu, que tenho asa mas não uso, que estou preso mas não vejo e os meus iguais estão fritos, na chapa quente, cozidos ou estão numa salada fria com outras vidas que foram tiradas sem ao menos florescerem, a mim, cabe-me os gritos pra acordar a todos antes do nascer do sol, por ter nossas vidas interrompidas e nossas asas podadas antes mesmo de nascermos ou sabermos oque é ter asas.

Caique Maciel Arruda